quarta-feira, abril 16, 2008

Transportes Públicos 5000...

Bem bem, devia ter chamado a este blog "Desventuras nos transportes públicos", dada a quantidade de posts que já tenho relacionados com essa temática!

Enfim...cá fica mais um!

Segunda-feira de manhã (7h05, para ser correcta, praticamente de madrugada:P) entro eu na carruagem do metro nas Telheiras, rumo ao Campo Grande. Os lugares abundam, escolho um (bloco de 4 cadeiras) vago, atrás de um onde iam dois colegas, um rapaz e uma rapariga, que no curto espaço que se demora entre as duas estações conseguiram ter esta conversa tão inspiradora (as opiniões estavam a ser dadas pela rapariga):

"- Epá, Alberto Caeiro é um espectáculo."
(Até aqui parece tudo bem, é só uma fã!)

"- É que é de partir o côco!"
(...aah... Isso será um elogio?)

"- É que é incrível ver como ele se interessa... pelas coisas mais banais!"
(... fantástico...)

Senhor Fernando Pessoa e respectivo supracitado heterónimo: é-lhe permitido dar 3 voltas e um mortal à retaguarda na sua tumba!
Pobre Alberto... De entre tantas opiniões a seu respeito, acho que nunca tinha ouvido dizer que se gosta porque "é de partir o côco a rir porque ele se espanta com as coisas mais banais!". Aliás, acho que nunca tinha ouvido dizer que Alberto Caeiro faz rir!

Gostos e opiniões...

domingo, abril 13, 2008

Dançar, Dançar, Dançar...


Hoje apetece-me dançar! Não sou muito de dançar, tenho uma certa vergonha. Mas hoje apetece-me dançar!

Dançar até cair!
Pôr uma música qualquer, qualquer uma que me faça querer levantar e dançar sem fim!

Dançar como se ninguém visse (no quarto, são só as paredes, os peluches e os elfos e bruxas). Dançar de uma forma parva. Dançar de uma forma sexy. Dançar aos pulos. Dançar de uma forma recatada. Dançar como se fosse explodir de energia.
Dançar como se estivesse numa pista só minha. Como se estivesse um lugar gigante só para mim, que se enchesse de energia e magia enquanto danço, danço, danço...

Não sou muito de dançar, tenho uma certa vergonha.

Mas hoje apetece-me dançar...

sexta-feira, abril 11, 2008

Memórias da Vida de Vet - "A Minha Primeira Vez"

NOTA: Este post devia ter sido escrito no dia 31 de Março, mas só agora consegui reunir todo o material necessário à sua elaboração

AVISO: Este post deve ser lido a horas afastadas das da refeição:)


Data: 31.Março.2008, data de regresso às aulas pós-férias da Páscoa
Hora: 09:00
Meteorologia: Dia ameno, Sol, brisa fria

Aula: Reprodução e Obstetrícia II
Material necessário: (como não percebo muito bem de informatiquices, esta foi a melhor solução que consegui arranjar para fazer a lista, por isso se precisarem, cliquem na imagem para aumentar)



Tema da aula: "PALPAÇÃO RECTAL NA VACA"

Sim, sim, alegrem-se as alminhas, agora já me podem identificar com "Veterinária? Andas para lá a enfiar o braço no rabo da vaca?". É verdade sim senhores, ando pois! E aqui fica a descrição mais ou menos pormenorizada, para que possam falar com conhecimento de causa:) (perdoem-me os pormenores esquecidos, são fruto do tempo de intervalo)!


Após termo-nos equipado com o material adequado (excepto luva) dirigimo-nos ao local onde umas quantas vaquitas nos aguardavam.
Primeiro passo da aula: relembrar o material necessário e cuidados a ter, o que nos leva ao

Segundo passo da aula: vistoria das unhas, para confirmar que nenhuma "donzela" foi de manicure com grande pompa (entenda-se unhas compridonas), que pudessem traumatizar (no sentido científico de magoar) as nossas pacientes.

Neste ponto fiquei um pouco baralhada. Um a um, todos foram sendo "chumbados" (estes agradecendo à Joana por ter uma tesoura à mão) ou "passados", com as duas ou apenas com uma das mãos aprovadas. Quanto a mim, fui passada, mas só com a ESQUERDA, uma vez que aos olhos do senhor professor a minha direita não estava capaz, pela seguinte razão (abaixo fica a foto das minhas unhas no dia 31, estando assinalada a tal "incapacidade"):

Perceberam? Pois, eu também não! Parece que a minha unha do dedo médio direito tinha um biquinho saliente (note-se que o dito "biquinho" nem sai da cabecinha do dedo, critério segundo o qual as unhas são avaliadas - não se podem sentir para fora da cabecinha do dedo).

Em seguida, começou a aula propriamente dita:
- calçar luva e besuntar a mão calçada com lubrificante
- aproximar com carinho da senhora vaca, agarrar a cauda e afastá-la
- colocar a mão em cunha (juntar os dedos todos, como quando se faz o "nhecos" ou a cabeça de um cisne) e sem medos.........
- introduzir a mão no ânus da vaca e ir introduzindo com calma e jeitinho, não forçando quando não passa
- retirar as fezes que se encontram no caminho (consiste em fazer uma concha com a mão - sim, sim, a mão sempre lá dentro - e puxar as fezes em direcção ao ânus - sim, sim, à porta do qual está a nossa cara, pelo que, em jeito de "truque", devemos posicionar a nossa cara sempre para longe dessa região, de modo a que o nosso nariz fique fora da trajectória de fezes e gases encaminhados para o exterior; ao chegar ao ânus, a nossa mão não pode sair lá de dentro, por isso para puxar as fezes temos que as ir espremendo cá para fora (RELER O AVISO INICIAL!))
- prosseguir a trajectória da mão até encontrar o limite dos ilíacos e a tuberosidade púbica (para quem não conhece os "palavrões", ílio e púbis são 2 dos 3 ossos da bacia), que nos irão servir de pontos de referência para o resto do exame
- identificar o cérvix (parte do útero - sim, consegue sentir-se o aparelho reprodutor através do intestino grosso) e restantes estruturas
- passar à vaca seguinte (como disse, a mão tem que sair o menos possível da vaca, para impedir que o ar entre no intestino, o que vai dificultar o nosso trabalho exploratório para além de se tornar incómodo para a vaca, por isso a troca com o colega que vem a seguir é feita com a introdução da mão dele quando a nossa está quase a sair - sim, sim, tenham pena da vaquinha:( ), tendo o cuidado de a cada duas explorações (duas pessoas) na mesma vaca, a deixar descansar uns minutos.

Ok, saí um bocado frustrada porque mal consegui identificar o cérvix, por isso nem cheguei às outras estruturas:( Mas parece que foi mais ou menos generalizado, por isso ainda não me considero um caso perdido.


Opiniões finais? Ao contrário do que pode parecer pela descrição, e apesar das "lufadas refrescantes" que nos brindam de vez em quando, das ondas que parecem engolir-nos o braço (ondas peristálticas normais no intestino), do vácuo horroroso associado à força que o raio da bicha tem no esfíncter e que se unem os dois para não nos deixar tirar a mão (sim, é mais complicado tirar que pôr :S), que resulta no que eu chamei de um "chupão gigante à mão" que nos deixa sem circulação e com pintinhas de sangue na mão quando finalmente ela sai cá para fora, a experiência foi do melhor, e a opinião era generalizada: "estava-se melhor lá dentro do que fora" (lembram-se da "brisa fria" que estava? A temperatura normal da vaca é de 37,8ºC a 39,2ºC, por isso podem adivinhar onde se estava "melhor":)).

Resumindo:

Material adequado+Procedimento "nojento" =

(FUTURA) VETERINÁRIA FELIZ!!!!

quarta-feira, abril 09, 2008

O Dia Corre Mal...

Estou chateada. Estou irritada.

Irritam-me as mesquinhices. Irritam-me as fuçanguices e as competiçõezinhas para ver quem diz ou faz mais. Irrita-me o "passar à frente sem ver quem se pisa no caminho".

Irritam-me as coisas ditas sem pensar, as promessas feitas no ar, as promessas não cumpridas e o voltar atrás com o combinado.

Irritam-me as coisas pensadas e não ditas, as intenções que afinal não são tão intencionadas assim e a falta de consideração com pedidos simples e humildes.

Irritam-me as cobranças de atitude sem pensar nas razões do outro.

Irritam-me os comentariozinhos "sussurrados" ditos para toda a gente ouvir.

Irritam-me as coisas a mais para fazer e o tempo a menos para as realizar.

Irrita-me o tempo que não se decide. Irrita-me andar com guarda-chuvas grandes atrás. Irritam-me os caracóis estúpidos causados pela humidade e a chuva.


Apesar de tudo, safa-me o não ter que esperar muito tempo pelos transportes.

E a minha cadela que me recebe em casa como se tivesse sido o dia mais feliz do mundo!

Estou chateada, estou irritada e o dia corre mesmo mal. Amanhã é outro. E será melhor. Ou assim espero!

Uff...